Sabe-se que as fissuras labiopalatinas podem dificultar o processo de amamentação do bebê, no entanto, se você está se perguntando se a criança pode ser amamentada mesmo com a anomalia craniofacial, a resposta é que depende.
Se você deseja entender mais sobre isso e quais são as estratégias adotadas para a alimentação, continue a leitura!
Fissuras labiopalatinas: importante saber
Fissura labiopalatina é uma má formação congênita que acomete um a cada 650 bebês nascidos no Brasil. É uma anomalia caracterizada pela abertura no lábio, que pode atingir ou não o nariz e a região dos dentinhos, pela abertura somente do palato (céu da boca), ou pela abertura do lábio e do palato, simultaneamente.
As causas das fissuras labiopalatinas podem ser genéticas ou ambientais. Caso haja uma predisposição genética, os fatores ambientais podem acelerar o surgimento da deformidade.
As principais dificuldades que essas fissuras podem trazer são: dificuldade na alimentação, alteração na arcada dentária, comprometimento do crescimento facial e desenvolvimentos de fala e audição.
É possível tratá-la com cirurgia fissura labial e de palato, além de um suporte multidisciplinar.
A introdução alimentar em bebês com fissuras labiopalatinas
Em se tratando de anomalia craniofacial, as fissuras labiopalatinas ganham bastante destaque. Entre as preocupações e dúvidas que rodeiam a cabeça dos pais da criança está a introdução alimentar do seu filho. Afinal, como alimentar e amamentar um bebê fissurado?
Segundo aponta a Secretaria da Saúde, o aleitamento materno é a primeira “vacina” do bebê, uma vez que possui anticorpos e protege a criança de diversas doenças. No entanto, um bebê com lábio leporino, ou fenda de lábio e palato apresenta dificuldades de sucção durante a amamentação, o que pode dificultar o processo.
Profissionais da área da saúde ressaltam ser possível encontrar estratégias seguras e adequadas para amamentar a criança, desde que os pais conheçam o tipo de fissura que acomete o bebê.
Como amamentar bebê com fissuras labiopalatinas?
Antes de falar sobre as estratégias de alimentação de um bebê com labiopalatinas, é justo e necessário destacar duas coisas:
1) Amamentação se refere à colocação direta da criança no seio.
2) Alimentação com leite materno se refere à entrega do leite (materno) à criança.
No segundo caso, a alimentação deve ser feita com mamadeiras especiais, copos, colheres ou outros meios que não seja a mama.
A colocação da criança no seio materno dependerá exclusivamente do grau da fissura.
Em casos de fissura de lábio, atualmente, existem protocolos de tratamento dessas anomalias que adotam a posição mais vertical possível do bebê, ou o “semi sentado” durante a sucção, para evitar refluxos e engasgos.
É possível reduzir as dificuldades na alimentação por meio de algumas técnicas, como:
1. A extração manual do leite para suavizar o mamilo e a aréola;
2. O uso de compressas mornas nas mamas para auxiliar na liberação do leite;
3. O posicionamento do mamilo em direção ao lado oposto à fenda.
Em casos complexos de fissura labiopalatina, nem sempre a amamentação direta poderá ser realizada. Mas é importante ressaltar que o consumo do leite materno é muito importante, ainda que seja pela utilização de mamadeiras especiais. Forçar a amamentação pode fazer com que o bebê gaste muita energia e não consiga se alimentar adequadamente, agravando o caso. Por essa razão, é essencial contar com o auxílio e apoio de um médico especialista durante não só o aleitamento, mas também na introdução alimentar.