De acordo com a Sil, especialista na produção de condutores elétricos de baixa tensão, o PVC utilizado nas décadas de 1970 e 1980 para a isolação do cobre tendeu a ressecar com o tempo, comprometendo sua eficiência | Foto: Freepik
Seja um novo ou antigo proprietário de um imóvel construído nas décadas de 1970 e 1980, é bastante provável que em um dado momento surja a decisão (ou a indispensabilidade) de realizar uma reforma. E esse processo não deve ser concentrado apenas em alvenaria, hidráulica, pintura ou a substituição de revestimentos e móveis: a instalação elétrica merece atenção especial. Esse cuidado permite reduzir as perdas elétricas geradas por ser uma instalação inadequada aos dias de hoje e que, devido ao envelhecimento natural dos materiais elétricos usados, pode impactar em riscos ao patrimônio e as pessoas.
De acordo com Nelson Volyk, gerente de engenharia de produto da Sil Fios e Cabos Elétricos, fabricante de condutores elétricos de baixa tensão, as instalações elétricas têm o seu tempo de vida útil (de décadas), mas nesse período é preciso fazer manutenções preventivas e corretivas, mas por estar tudo oculto, muitas vezes é um assunto negligenciado pelas pessoas, mesmo quando corriqueiramente enfrentam um problema ou outro. “Um circuito elétrico sobrecarregado ou o ressecamento dos condutores elétricos podem se transformar em uma grave ocorrência elétrica”, alerta.
Segundo ele, a passagem dos anos já é, por si só, um indicador da necessidade de uma análise, que pode ser feita por um profissional qualificado e experiente através de uma inspeção detalhada. “Muitas vezes a falha ou o risco ainda não se manifestou para o leigo, mas já chegou na conta de energia elétrica paga todos os meses”, reitera. Isso ocorre por conta da fuga da corrente em decorrência dos condutores já ressecados pelo tempo e, em alguns casos, de ressecamento acelerado pelo uso indevido.
Aumento da demanda de energia elétrica em casa
Na cozinha, o projeto de elétrica para a passagem dos condutores elétricos precisa considerar pontos de consumo superior a 10 A, por exemplo, para micro-ondas, forno, cooktop de indução, lava-louças e Air Fryer, entre outros eletros usados pelos brasileiros | Foto: Freepik
Se o tempo é implacável com os fios e cabos produzidos há mais de 40 anos, o comportamento das pessoas e o mundo mudaram em um ritmo que as instalações elétricas de outrora não mais atendem as novas exigências da vida moderna. Para o especialista da Sil, além da revisão do número de pontos de energia em função do aumento de eletroeletrônicos usados, o avanço tecnológico torna imprescindível a realização de tarefas através da eletricidade e os produtos pedem mais robustez nas instalações. “Esses aparelhos, assim como o chuveiro, requerem uma potência elétrica maior e essa condição não foi prevista nos imóveis antigos”, salienta.
Com as tomadas projetadas para plugues de 10 A, as casas antigas não estão capacitadas para receberem equipamentos com plugues de 20 A. “É um erro quando se decide instalar uma tomada de 20 A no ponto onde foi projetado para o uso de uma tomada de 10 A”, orienta Volyk.
Normalmente, quando um eletrônico ou eletrodoméstico sai de fábrica com um plugue de 10 A, é possível ligá-lo em uma tomada de 10 A ou de 20 A. Por outro lado, se a tomada foi calculada para 10 A, mas recebeu um aparelho que foi fabricado com o plugue de 20 A, a instalação, provavelmente, estará em sobrecarga e irá esquentar. Esse aquecimento é cobrado na conta de energia, pois trata-se de um consumo elétrico. “E não adianta considerar que um adaptador resolverá a questão”, salienta.
O especialista da Sil também explica que a diferença não está apenas no tamanho dos plugues, mas sim no maior consumo de energia do produto fabricado com o plugue de 20 A. “Isso evidencia a necessidade de uma atualização na instalação elétrica para evitar sobrecarga e garantir que a casa esteja segura o suficiente”, adverte.
A Sil Fios e Cabos Elétricos enfatiza que réguas e adaptadores não solucionam de maneira alguma o transtorno de ter um equipamento de 20 A | Foto: Freepik
A mudança na composição do material isolante
Além disso, Volyk relata que o composto de PVC usado na isolação dos condutores elétricos em instalações antigas, das décadas de 1970 e 1980, vai estar ressecado, sendo que os compostos de PVC adotados nas últimas duas décadas são mais duráveis, garantindo uma vida útil maior. Além disso, os condutores antigos não vão suportar as necessidades elétricas atuais. “Promover essa atualização é um investimento necessário e que vale a pena”.
No catálogo da Sil Fios e Cabos Elétricos, o Cabo FlexSil 750 V (vermelho) e Cabo Flexível AtoxSil 0,6/1 kV (azul) destacam-se por oferecer flexibilidade, durabilidade e confiabilidade, tornando-os ideais para diversas aplicações modernas | Divulgação: Sil Fios e Cabos Elétricos
Atualização para os Padrões Atuais
Durante a reforma, o especialista da Sil recomenda a atualização das instalações elétricas aos padrões atuais. Esse cuidado envolve a substituição de fios antigos por cabos adequados para os dias de hoje e mais seguros, além da instalação de dispositivos diferenciais residuais (DRs) para proteção contra choques elétricos e da modernização do quadro de distribuição, que inclui o aumento de circuitos elétricos de tomadas de uso geral, que são as tomadas de 10 A, circuitos de tomadas de uso específico, que são as de 20 A, e circuitos de iluminação.
Os disjuntores de hoje em dia são termomagnéticos e atuam em sobrecarga ou curto-circuito. O objetivo do item é detectar falhas elétricas e desligar o circuito afetado com segurança | Foto: Freepik
Por fim, Volyk ressalta a importância de contratar um profissional qualificado para essas tarefas. “O conhecimento técnico é fundamental para identificar não só pontos críticos da instalação, como garantir que as adequações sejam feitas de acordo com a norma NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Isso não só evita riscos como sobrecargas e incêndios, mas também assegura que o imóvel esteja preparado para suportar o consumo elétrico moderno”, conclui.
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HELOISA LOPES VIEIRA
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